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Nascer para o futuro

Nascer para o futuro

Do ponto de vista fisiológico, a gravidez é um período definido temporalmente que decorre entre a concepção e o parto. A maternidade é um processo a longo prazo, daí que existam factores de risco, tais como vivências infantis traumáticas, depressão materna, violência doméstica, consumo excessivo de álcool, toxicodependência e gravidez na adolescência, que podem comprometer as capacidades parentais e o desenvolvimento da criança. Com efeito, a gravidez é um dos acontecimentos mais sensíveis e vulneráveis na vida da mulher e do homem, que origina alterações físicas e psíquicas numa preparação constante para a parentalidade.

Cabe aos técnicos de saúde desenvolvimento de estratégias que capacitam o casal grávido para o desenvolvimento de competências parentais facilitadoras de uma adequada interacção pais-criança e a vinculação segura da criança aos pais, dado que são factores cruciais no desenvolvimento psico-social da criança, com repercussões ao longo de todo o seu ciclo de vida.

Actualmente, segundo a Direcção Geral de Saúde, a nível nacional, cerca de 10% das mulheres sofrem de depressão durante a gravidez, tendo uma alta probabilidade de persistir após o parto, caso não seja prontamente diagnosticada e tratada. Efectivamente, o diagnóstico é mais frequente no 1º e 3º trimestre de gravidez.A depressão pós-parto atinge aproximadamente 12% a 16% das mães, sendo este o período, ao longo de todo o ciclo vital da mulher, de maior vulnerabilidade e em que mais facilmente se podem desenvolver perturbações do humor.

Odemira, ainda num passado recente, foi um dos concelhos do país com maior número de partos no percurso para o hospital de apoio perinatal.

Pelo risco que é um parto fora do hospital de apoio perinatal, pelos alertas do relatório do diagnóstico social deste concelho, aproveitando os recursos multiprofissionais da UCC e ainda o recurso externo de uma técnica, pertencente à equipa de intervenção precoce, com formação específica no Modelo Touchpoints, tentamos colmatar alguns défices, começando a educação para a parentalidade em dois tempos: um no 1º trimestre da gravidez e outro no 2º trimestre. A partir das 28/30 semanas de gravidez realiza se um curso de preparação para a parentalidade, devidamente sistematizado e planeado, com aulas teórico-práticas, tentando envolver, sempre que possível, o casal.

Realiza-se a abordagem dos seguintes temas:

  1. Saúde Oral na grávida;
  2. Adequação do plano alimentar da grávida em função do seu IMC;
  3. Preparação para o parto;
  4. Curso de aleitamento materno;
  5. Cuidados ao recém-nascido;
  6. Massagem ao bebé;
  7. Prevenção da depressão pós-parto;
  8. Aplicação do modelo Touchpoints.

O empowerment dos pais tem se baseado, num modelo positivo, com alguns pressupostos parentais (segundo o Modelo Touchpoints):

  1. As mães/pais são peritos nos seus filhos
  2. Todas as mães/pais têm forças
  3. Todas as mães/pais querem fazer bem com os seus filhos
  4. Todas as mães/pais têm algo fundamental a partilhar em cada etapa do desenvolvimento
  5. Todas as mães/pais têm sentimentos ambivalentes. A parentalidade é um processo de tentativa/erro.

 

 ATIVIDADES

Realização de sessões de educação para a parentalidade em grupo no 1º e 2º trimestre de gravidez

Realização do curso de preparação para a parentalidade/preparação para o parto

Grávidas orientadas por Contactos telefónicos